Aqua Iris
Que estranho silêncio
à tua vinda quase sempre ocorre.
Se chegas tarde ou cedo,
vens, muitas vezes, triste,
fria, indiferente.
Que misteriosa solidão
à tua permanência quase sempre ocorre.
Talvez porque cantas, horas,
a mesma monocórdica canção,
intempestiva, titânica,
pouco a pouco adágio.
Final frágil como um fio de vidro,
espelho transparente do teu corpo
prolongado, cristalino,
quase vertical.
Síntese
Porque plantei roseiras,
colhi ventos;
porque nasci auroras,
morri tardes;
porque criei canções,
ouvi silêncios;
porque andei espaços,
achei vazios
porque me fiz sorrisos,
fui lágrimas;
porque voltei,
anoiteci.
A Oeste de Galahad (excertos)
Quando em tempos de mim
começam ocasos,
viagem
retorno inexorável,
quero-me invisível
repousado eterno,
antes que se fragmentem os dias.
Quero-me eterno
no magma invisível de Castor.
....................................................................
Não me importa mais a morte.
A morte,
quando me alcançam seus mistérios,
ensina-me apenas a morrer.
Importa agora a vida.
O mistério de viver.
A vida,
nos repetidos recomeços,
sempre será fascinante labirinto.
Adoecida
ou suspensa por um fio quebradiço,
existe a esperança.
Vidas semelhantes manipulam
invisíveis rocas quânticas
para impedir o fim
e prolongar o tempo.
Outros papos
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profunda e com nuances de mistérios esses poemas, muito lindo. Parabéns poeta.
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