Outros papos
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Helena Kolody
Saudade
Há vinte anos não ponho nos teus olhos,
numa carícia azul, o meu olhar.
Nunca mais tuas mãos fortes e esguias,
aquecerão as minhas.
A saudade, esta aranha tecedeira,
arma, de novo, o nhanduti do sonho
com o mesmo fio de outrora.
E a alma se enreda na trama sutil,
como se fosse agora.
Para a appassionata
Vivo como se dormisse
A sonhar contigo
Para sempre.
O mundo é um rumor longínquo
De mar em ressaca
A quebrar-se nas amuradas
Do meu castelo sem pontes.
Luz do amor eterno
Raio de luz a transpassar-me,
É Deus que te ama em meu amor.
E te ama dum amor tão alto e tão profundo
Que não quis encerrá-lo
Na argila perecível deste mundo.
Plasmou-me em carne, apenas
Para formar o coração.
E foi preciso transformar em asas
Os braços carinhosos.
Mas no tempo imarcescível
Da ressurreição,
Nossas almas,
Duas centelhas puras, palpitarão unidas
No mesmo Eterno Amor.
(sem nome)
Quando leio teu nome
bóiam as letras
nas minhas lágrimas.
Mendiga,
busco o vestígio de teu olhar
nos olhos que te fitaram.
Quando leio teu nome
as letras cintilam, tremem:
estrelas boiando em lágrimas.
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