Entreato
Testemunhei o desconcerto
meu e de todos;
não escondi o
logro.
Se nunca me
rendi,
somente desarmei
o que perdi.
Nada retirei
dos arsenais
a não ser
(por meu
mal)
este
revólver
sem
balas,
calibre de horas
padecidas
e um coldre
de ambições.
Sim, muito
trabalhei
por natureza e lei.
Medir não aprendi:
a morte, a
vida.
Por isso jazo
aqui.
Clara Onda
Este amor em meadas e triciclos
que nunca se divide,
confluindo
e
torna noite este sapato findo
e o firmamento, silencioso
ciclo.
Este amor em meadas,
infinito.
Em
meadas de orvalho, desavindo,
em meadas e quedas, rugas,
trincos
e
rusgas, trinos, pios e sóis contritos.
Este amor me retece e
configura.
Tem pressa de crescer, fogo calado.
Apenas queima, quando não se
apura.
Parece interminável, quando
tomba.
E só
se apura, quando despertado.
Dissolvido me solve em clara
onda.
Pedra-Vento
O vento lavou as
pedras,
mas
ficaram as palavras.
O vento lavou as pedras
com sabor de
madrugada.
O vento lavou as
noites,
mas
ficaram as estrelas.
O vento lavou a
noite
com
água límpida e mansa.
Mas não lavou a salsugem.
O vento lavou as
águas,
mas
não lavou a inocência
que amadurece nas águas.
O vento lavou o
vento.
De longo curso
Minha alma descansa
na tua alma,
onde a luz jamais
desativada:
é um navio de
longo
curso
pela água.
Redonda a luz e
nós
atracamos na foz
com o fundo calmo.
Em mim te
almas
e te
amando, eu almo.
Outros papos
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