A rua
Toda rua tem seu curso
Tem seu leito de água
clara
Por onde passa a memória
Lembrando histórias de um tempo
Que não
acaba
De uma rua, de uma rua
Eu lembro agora
Que o tempo, ninguém
mais
Ninguém mais canta
Muito embora de cirandas
(Oi, de cirandas)
E
de meninos correndo
Atrás de bandas
Atrás de bandas que
passavam
Como o rio Parnaíba
O rio manso
Passava no fim da rua
E
molhava seus lajedos
Onde a noite refletia
O brilho manso
O tempo claro
da lua
Ê, São João, ê, Pacatuba
Ê, rua do Barrocão
Ê, Parnaíba
passando
Separando a minha rua
Das outras, do Maranhão
De longe
pensando nela
Meu coração de menino
Bate forte como um sino
Que anuncia
procissão
Ê, minha rua, meu povo
Ê, gente que mal nasceu
Das Dores,
que morreu cedo
Luzia, que se perdeu
Macapreto, Zé Velhinho
Esse menino
crescido
Que tem o peito ferido
Anda vivo, não morreu
Ê,
Pacatuba
Meu tempo de brincar já foi-se embora
Ê, Parnaíba
Passando
pela rua até agora
Agora por aqui estou com vontade
E eu volto pra matar
esta saudade
Ê, São João, ê, Pacatuba
Ê, rua do Barrocão
O Poeta é a Mãe das Armas
O Poeta é a mãe das armas
&
das Artes em geral —
alô, poetas: poesia
no país do carnaval;
Alô,
malucos: poesia
não tem nada a ver com os versos
dessa estação muito
fria.
O Poeta é a mãe das Artes
& das armas em geral:
quem
não inventa as maneiras
do corte no carnaval
(alô, malucos), é traidor
da poesia: não vale nada, lodal.
A poesia é o pai da ar-
timanha
de sempre: quent
ura no forno quente
do lado de cá, no lar
das
coisas malditíssimas;
alô poetas: poesia!
poesia poesia poesia
poesia!
O poeta não se cuida ao ponto
de não se cuidar: quem for cortar
meu cabelo
já sabe: não está cortando nada
além da MINHA bandeira
////////// =
sem aura nem baúra, sem nada mais pra contar.
Isso: ar. ar.
ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. a
r: em primeiríssimo, o
lugar.
poetemos pois
Go Back
Você me chama
Eu quero ir pro cinema
você reclama
meu coração não contenta
você me ama
mas de repente a madrugada mudou
e certamente
aquele trem já passou
e se passou
passou daqui pra melhor,
foi!
Só quero saber
do que pode dar certo
não tenho tempo a perder
você me pede
quer ir pro cinema
agora é tarde
se nenhuma espécie
de pedido
eu escutar agora
agora é tarde
tempo perdido
mas se você não mora, não morou
é porque não tem ouvido
que agora é tarde
- eu tenho dito -
o nosso amor michou
(que pena) o nosso amor, amor
e eu não estou a fim de ver cinema
(que pena)
Pra Dizer Adeus
Adeus
Vou prá não voltar
E onde quer que eu vá
Sei que vou sózinho
Tão sozinho amor
Nem é bom pensar
Que eu não volto mais
Desse meu caminho
Ah! pena eu não saber
Como te contar
Que esse amor foi tanto
E no entanto eu queria dizer
Vem
Eu só sei dizer
Vem
Nem que seja só
Pra dizer adeus
Outros papos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário