Outros papos
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Marcos Caiado
1.
não há que ser
diferente:
o melhor poema
continua
na gente.
2.
sim, eu te amo
pela delicadeza que me negaste
e pelos belos olhos azuis
que não tens.
amo-te porque nada mudaste em minha vida
quando podias
(e eu pedia).
sim, eu te amo
porque me relegaste
à condição de traste
nesse achados & perdidos
da rua dos mascates número zero
à espera de um encontro:
ponto.
te amo
porque jamais compreendeste
o que é amar
por nunca teres me reparado de fato
(ou acordado algum afeto);
por fugires no terceiro ato
levando contigo a cantiga
e o teatro.
amo-te
com a volúpia da letra erre
que sonha tomar o lugar do hífen
e revelar o teu legado
no próximo verso:
amo-te!
dá meia-volta
e volta.
volta ao início
3.
quando você desaparece,
até o travesseiro
vira precipício.
4. Babau
você me deixou com a cabeça moída
e com a vida miúda.
a dor nao passa
a página não muda:
um resto de mim
sem prumo e sem colo
assassinando sóis
no underground.
matando os faróis
de cada sinal.
você me deixou porteira fechada.
no frio da madrugada
passando mal.
você me deixou... agora babau.
eu estou na u.t.i
com o coração a prêmio
e cada vez q vc vem me visitar, baby,
é pra desligar o balão de oxigênio.
eu estou na u.t.i
e cada vez que você vem
é pra aplicar
uma dose a mais de veneno.
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