Adeus
Adeus, palavra pequena
Tão grande na tradução
Adeus que eu disse com pena
Sangrando o meu coração
Eu disse adeus disfarçando
Calando a sinceridade
Com os olhos lacrimejando
Pensando já na saudade
Adeus, recordo chorando
Na mágoa dos dias meus
As tuas mãos se agitando
De longe dizendo adeus
Adeus, gaivotas voando
De tarde junto do cais
Um lenço branco acenando
Um sonho que não vem mais
Dona da minha vontade
Saudade de quando em quando
Passarinho segredando
Voam tontos rente ao chão
Felizes na primavera
Na busca da paz sincera
Do ninho do coração
Ela distante sorrindo
Talvez esteja me ouvindo
Mas meu ouvido sem saber
Que o canto que solto é medo
É o nostálgico segredo
Do que eu não posso dizer
Coração ninho de penas
No arminho de almas serenas
Tem perfume tem calor
Pobre de minha ave tonta
A lua triste desponta
E eu vou ficar sem amor
Dona da minha vontade
Escravo da ansiedade
Serei o que ela quiser
Coração porque preferes
Amar todas as mulheres
No amor de uma só mulher
A mulher que ficou na taça
Fugindo da nostalgia
Vou procurar alegria
Na ilusão dos cabarés
Sinto o beijos no meu rosto
E bebo por meu desgosto
Relembrando que tu és
E quando bebendo espio
Uma taça que esvasio
Vejo uma visão qualquer
Não distingo bem o vulto
Mas deve ser do meu culto
O culto desta mulher
Quanto mais ponho bebida
Mais a sombra colorida
Aparece no meu olhar
Aumentando o sofrimento
No cristal lento e sedento
Quero a paixão sufocar
E no anseio da desgraça
Encho mais a minha taça
Para afogar a visão
Quanto mais bebida eu ponho
Mais cresce a mulher no sonho
Na taça e no coração
E no anseio da desgraça
Encho mais a minha taça
Para afogar a visão
Quanto mais bebida eu ponho
Mais cresce a mulher no sonho
Na taça e no coração
Araruta
Tu pedes, mandando
Faça o favor
A tua boca nunca diz
Tu cedes, negando
Com estes olhos
Que pra mim são dois fuzis
Sou mole, manhoso
Teus impropérios
Retribuo com brandura
Pois água mole
Na pedra dura
Tanto bate até que fura
Tu beijas, mentindo
A tua boca
Beija e mente sem sentir
Desejas, sorrindo
Que o teu perdão
Humildemente eu va pedir
Não peco, espero
Ainda a ver-te
Entre lágrimas bem mal
Meu bem, escuta
A araruta
Tem seu dia de mingau
Outros papos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário