Ao fim do ano de 2014
Outros papos
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
o adeus de Manoel de Barros
José Carlos Peliano
o mano El de barros se vestiu
depois de 97 roupas de lagartixas
sabiás, aranhas, pedras e lampiões
foi espreguiçar no mato onde brota vaga-lumes
entre gerânios, minhocas e chuviscos
cantarolar os ventos safados de levantar as saias das moças
cochichar borboletas no ouvido das tardes
seguir os tombos dos cometas desapetrechados
que ele sabia segurar em arapucas e transformar em versos
que deixaram uma saudade danada de grande
neste mundão esvaziado de suas mais belas traquinagens
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Passado a limpo
José Carlos Peliano
o rio leva o mar e o mar o rio
a voz persegue o eco e ele a voz
o fio traz a luz e a luz o fio
vive o passado em nós e nele nós
vem no vento e na pele o arrepio
carrega a linha com o pano o cós
folhas do outono já caiem com frio
o passado é o tempo e sua foz
em mim vou eu e todos os meus dias
ao pensar deixei de estar como e quando
à frente coisas idas, fugidias
agora é o passado observando
do cerco escapam só as fantasias
com a eternidade em contrabando
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