o adeus de Manoel de Barros
José Carlos Peliano
o mano El de barros se vestiu
depois de 97 roupas de lagartixas
sabiás, aranhas, pedras e lampiões
foi espreguiçar no mato onde brota vaga-lumes
entre gerânios, minhocas e chuviscos
cantarolar os ventos safados de levantar as saias das moças
cochichar borboletas no ouvido das tardes
seguir os tombos dos cometas desapetrechados
que ele sabia segurar em arapucas e transformar em versos
que deixaram uma saudade danada de grande
neste mundão esvaziado de suas mais belas traquinagens