Peliano costuma brincar que a poes-ia e foram os poetas que a trouxeram de volta! Uma de suas invenções mais ricas é conseguir por em palavras lirismos maravilhosos, aqueles que percebemos de repente e temos a impressão que não vamos conseguir exprimi-los. Exemplos: de Manoel de Barros -"Deixamos Bernardo de manhã em sua sepultura. De tarde o deserto já estava em nós"; de Ernesto Sabato - "Sólo quienes sean capaces de encarnar la utopía serán aptos para ... recuperar cuanto de humanidad hayamos perdido"; de Thiago de Mello - "Faz escuro mas eu canto"; de Helen Keller - "Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar"; de Millôr Fernandes - "Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus". É como teria exclamado Michelangelo que não fora ele quem esculpiu Davi, pois este já estava pronto dentro da pedra, Michelangelo apenas tirara-o de lá. Então, para Peliano, o lirismo é quando nos abraça o mundo fora de nós, cochicha seu mistério em nossos ouvidos e o pegamos com as mãos da poesia em seus muitos dedos de expressão.

domingo, 27 de novembro de 2011

POEMA DO BLOG

O soneto a seguir, Magia, de Os Pireneus e os Outros Eus, com fotos de Roberto Castelo e poemas meus, foi agraciado pelo elogio do falecido poeta Cassiano Nunes em texto publicado pelo Correio Brasiliense em 1996 como lembrando o grande poeta brasileiro Jorge de Lima:

Magia

Fazíamos poemas na janela
que falavam de nós em vários temas
e nos serviam como sentinela
para não nos tornarmos uns problemas.

Fantasia, aventura, caos, novela,
nossas emoções eram sempre extremas,
a calma vinha por trova singela
ou por uma janela de poemas.

Caminho entrecortado e imprevisível
foi-se abrindo e fechando a nossa frente
e os poemas contando a nossa vida.

Mas, eles hoje mostram o impossível
não foram eles feitos pela gente,
somos a invenção deles concebida.

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